Isabel Perides
Na busca do Amor Perfeito
Percorri memória antiga
Fiz terapia, bebi florais,
delirei...
e sonhei e sonhei e sonhei...
Vesti roupas coloridas
Aprendi línguas estranhas
e nos palácios e jardins
só ruínas encontrei.
E pensei e pensei e pensei...
Com um monge tibetano
busquei as neves eternas.
Aprendi a cantar, a dançar,
a sorrir como uma bailarina
E sonhei e sonhei e sonhei...
Cantei às estrelas,
ao sol e
à lua, uma canção de Amor.
Em artes abstratas me empenhei...
e poetei e poetei e poetei...
Em teorias de alquimia
busquei o segredo do Eterno.
E de tudo
somente restou
na alma
a inquietação.
E a eterna busca do Amor Perfeito
pelo qual tanto sonhei...
Orei e orei e orei.
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Tudo é fácil
No entanto, tão difícil
Tudo é obvio
No entanto, obscuro
O desejo do Amor é uma verdade
No entanto, tudo falha...
Contudo,
A vida segue seu rumo
por ínvios caminhos
traçando em retas ou curvas
seus atalhos de pedras
e do verdadeiro amor já nem se fala...
Todavia,
O sol brilha no céu todos os dias
a Terra em torno dele e do seu eixo,
faz a dança do tempo,
o calor e o frio
e o vento
vindo de qualquer lugar,
desconhece o amor
e
simplesmente passa...
Mas,
na voz do vento,
na evolução do sol,
na vida que segue,
difícil ou fácil,
na dança do tempo,
nas horas que passam,
o desejo do Amor
na alma prevalece.
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Na busca da praia primordial
Pisei na areia com meus pés de nuvens
Banhei-me nas águas noturnas
no mar liquefeito em prata
Sequei-me ao vento
dentro da noite escura
Vislumbrei a luz da chama
que aqueceu meu corpo
e iluminou-me a alma
Com olhos de infinito
trouxe a calma
e o brilho das estrelas
Éramos muitos
Iguais nas vestes
e nos semblantes
olhares longos
sorrisos brandos
Fez-se a roda
Aviva a chama
que arde forte
ao som do canto
Cruzam-se os braços
Serenos rostos
ecoam vozes
.
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Da gema rara
Joia de valor
Estrela e brilho
Neste céu infinito
Olho e riso
Toque e brisa
Beijo e flor
O mais bonito
Da confraria:
O amor!
Nada de saudade
Nada de amargura
Mundo de ternura
Só presença e paz
E amor.
Isabel Perides