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segunda-feira, 23 de março de 2020


                                                                                                                                       Isabel Perides


Prece 
Na mansidão de querer bem à vida
Confia
No silêncio de seu coração
Espera
Na alegria de sua  Alma
Envia
Na certeza de seu bem querer 
Entrega
A Porta com certeza, vai se abrir
E a palavra certamente proverá
À luz do pensamento vai nascer
Do sonho, a realidade nascerá.

domingo, 15 de março de 2020

A dança dos corações (samba)



                                                                                                                      
I - A batalha 

No campo das desilusões 
no vale tudo da guerra que se fez
amantes se perderam em desvario
e agora o que fazer do que restou ?
a longa estrada pela frente aberta
deixar para trás ódio desfeito em dor
lamber as feridas, lançar-se ao vento
as duras penas de uma solidão ...
e aí, tudo acabou ?
faz-se o balanço pelas horas mortas
valeu a pena tanto sofrimento ?

II - A dança 

A dança dos corações 
em um salão à meia luz
no centro a música em surdina 
eu vejo a dança dos corações partidos
pobres coitados !
corações estraçalhados 
por guerras antigas do amor
bailam no salão endurecidos
nas partes que que ainda restam. 
um lado esquerdo
busca o lado direito que lhe complete
e o outro endurecido busca o alento
de outro coração partido !
A dança continua ... trocam-se os pares
tentando algum conforto, algum consolo
magicamente recompondo seus anseios ...

III - A transformação

Cessa a música em surdina 
e entra um rock 
a banda se desfaz em hard core
corações se iluminam e 
se refazem 
...
"na busca infinda 
finda-se a busca
a busca findou"
...
Olêlê ! Olálá ! Olêlê! Olálá !!!

I. Perides
G. Perides
A. Perides


sábado, 7 de março de 2020


Isabel Perides


Frio invisível 
outono 
cumpre uma história
de amor?
segredo 
de amor?
vê que no sonho 
verdade,
ilusão ?
Olhos cansados
tristes,
tem outro brilho
na sua luz,
eis que a mentira 
parece ser
amor?
Pisa leve, 
passo fugaz, 
pensa ainda ...
que o coração
plainando de leve ...
ouse viver ainda 
o Amor !

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Um poema feito só de ausência
Do amor que desespera por seu bem
Súplica, apelo, ordem, 
Tudo se implora àquele que não vem
Amado, a noite desce como em véus de sonho
Ano a ano que não tem mais fim 
Radiosa a luz do teu semblante 
Bendita àquela que te deu à luz
Pela espera imensa, 
pelo sonho 
quase findo, 
Mil vezes amado, 
mercê da ausência que me desfalece,
mercê do bem, 
mercê do sonho que não esmorece, 
mercê do amor, que pelo amor
te espera! 

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Oferta
Minha poesia é pouca
Mas a que tenho lhe dou
A minha oferta é tão pobre 
Mas nela sou o que sou
A minha esperança é tão louca
Mas nela eu sou feliz
O meu sonho é tão nobre
Cem mil barcos navegando 
Não fazem meu destino 
Por sete mares sem fim, 
Pois não cobrem a distância 
Dos teus olhos até mim. 

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Eu seria feliz
se eu pudesse fazer um poema
que curasse a todos 
o que todos sentem
mesmo os mais escondidos sentimentos
de que nada se diz 
apenas se pressentem ...
Eu seria feliz
se eu pudesse preencher de amor 
todas as mazelas humanas
que se arrastam em dor 
torná-las plenas de rosas e perfumes
e colocar em casa olhar humano 
um olhar de amor fraterno 
Eu poderia então 
ser feliz. 

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O amor mora em mim
lá no recôndito do meu ser
antiquado e quixotesco talvez, 
romanesco e humilhado
de temerário que é
tornou-se tão modo poltrão 
que por mais que te chame
suplique faça do meu amor 
tua escrava
rejeita e 
ignora. 
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Alma desatenta
as palavras hoje
preferem ficar caladas
a alma emudece
perdidas no obscuro do espanto 
na penumbra, o pensamento
em círculos, retoma o espaço vazio do conteúdo.
Dizer o quê? Pra quê?
Que palavras seriam capazes de 
urdir a ternura e o amor da alma desatenta?
Que anjo delicado faria urdir as notas sutis 
de um amor que se pretende eterno, 
de uma amizade que se pretende pura, 
de um sentimento que se sabe raro?
Fica à espera de um milagre ...
Mas qual?
A alma desatenta permanece 
percorrendo labirintos a tua
espera. 
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Ei amor, 
vem, chega aqui pertinho
senta aqui do meu lado
enquanto eu toco o meu violão 
a gente pode assim, de repente 
cantar um pouco
sonhar que o mundo 
é um lugar de paz e amor. 
Viver essa calma, 
esse fiozinho de felicidade
se as pessoas chegarem ...
deixe que venham 
podemos repartir o que temos. 
Deixa eu cantar 
enquanto eu mergulho na tua alma. 
Deixa eu cantar 
enquanto eu sonho versos de amor 
nesse teu sorriso gostoso. 
Vem amor, senta aqui do meu lado, 
pega um copo e perde a pressa, 
perde a ânsia de vencer o invencível, 
solta o corpo, 
solta a vida e 
me deixa olhar teus olhos 
enquanto você apenas sorri. 
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Às vezes urge o tempo de existir, 
de repente não se sabe o quanto e 
o porquê de tudo, 
muros que se erguem, 
portas que se fecham e 
corações que sangram ...
lá fora comemoram o nada;
às vezes dói ... sangra a alma
palavras  proferidas com tão rudes gestos 
eles não compreendem ...
Aonde a razão se esconde?
Num grito rouco?
Portas que se fecham, 
corações que se calam, 
corações que sangram, 
olhos que se cruzam e o medo se define, 
o que se teme é aquilo que se esconde, 
como um segredo que já não se oculta, 
explode no peito àquilo que não quer calar ...

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Notas de amor 
entre nós não houve juras de amor 
nem promessa não cumprida
porque não houve promessa
não fizemos planos 
não temos nenhuma canção 
portanto, de nós nada se perdeu, 
porque nunca houve nós. 
O que há 
somente notas do meu amor
que transpassam os anos 
somente notas de amor 
que ecoam em algum canto do universo
súplicas e apelos 
que nossas trajetórias 
possam ser 
como retas paralelas 
e que em algum ponto do infinito 
se encontrem. 

Isabel Perides